O título acima parece noticia dos jornais da noite da TV brasileira, mas seria a notícia do dia do “Jornal dos Israelitas” 3000 anos antes de Cristo. A conhecida história de Davi e o gigante Golias sempre inquieta e instiga tanto crianças como adultos.
Naquela região havia cordilheiras e um vale chamado de Elá. Os filisteus se encontraram de um lado da cordilheira e o povo israelita do outro. Era comum naquela época as lutas se travarem por um representante de cada povo. Era uma luta singela. Era uma forma de não haver muito derramamento de sangue entre os inimigos.
Golias, um homem com quase 3 metros de altura, começa então a desafiar o povo de Israel. Esse desafio é feito 2 vezes por dia, durante 40 dias. O rei Saul teme e treme diante do imenso inimigo. Era dever do rei enfrentar o inimigo, mas Saul terceirizou a luta e permitiu que Davi lutasse. Mas aparece Davi e diz ser capaz de enfrentar o Golias. Surge então a pergunta: o que ganhará aquele que vencer o gigante. Terá por esposa uma das filhas do rei e ficará isento de impostos, responderam. Premio sensacional, porém carrega um risco.
Saul diz que Davi é muito jovem e Golias, guerreiro desde sua mocidade. No processo de Coaching isso se chama “crença limitante”. Ele colocou medo no coração de Davi, tentando limitá-lo a não lutar com um ser que parecia ser maior que ele. O processo de Coaching trabalha para tirar as crenças limitantes das vidas das pessoas. Primeira lição - Davi não aceitou essa crença limitante e disse que, como pastor, já tinha vencido ursos e leões. O rei então concorda que ele vá para a guerra.
Saul visando armá-lo, oferece a Davi a
sua armadura real, composta de escudo e lança. Davi prova a armadura mas não a
aprova. Não consigo andar com isso, diz Davi. Segunda lição dessa história. Não podemos lutar com as armas, ou
pontos fortes do outro. Temos que usar as nossas próprias armas, nossos pontos
fortes. Isso também é Coaching.
Davi se equipa do que ele faz de melhor, do seu ponto forte. Usa sua funda e enche seu alforje de algumas pedrinhas lisas do ribeiro. Não foi qualquer pedra, porém pedras lisas, já tratadas pelo rio e pela areia.
Evidentemente Golias esperava um guerreiro que lutasse com ele num combate corpo a corpo. Ele se surpreende. Golias então zomba dos israelitas e amaldiçoa Davi em nome dos seus deuses. Davi coloca uma pedra na funda, atira com muita pontaria e o acerta na testa, fazendo com que ele caia no chão. Davi que não usava espada, pega a de Golias e corta sua cabeça. Importante aqui é que Davi completa o seu serviço.
Golias está equipado com todo aquele armamento moderno, aquela couraça cintilante, uma espada, um dardo e uma lança e tudo o que Davi tem é aquela funda. Segundo os estudiosos do assunto, as pedras dessa região eram de sulfato de bário, substancia com densidade o dobro das pedras normais. Quanto à precisão, sabemos por registos históricos que os fundeiros experientes podiam atingir, mutilar ou matar um alvo a distâncias superiores a 180 metros.
A história da Bíblia assinala em especial que Golias se move lentamente e que é guiado por um ajudante. Há aquele comentário esquisito que ele faz a Davi: "Sou algum cão para que venhas ter comigo com paus?" Paus? Davi só tem uma funda.
A especulação da área médica é que o gigantismo de Golias era devido a acromegalia, doença essa que tem um conjunto de efeitos secundários muito distintos a ela associados, que principalmente têm a ver com a visão, o que faz com que as pessoas com acromegalia tenham dupla visão ou sejam extremamente míopes.
Os israelitas lá em cima, na colina da
montanha a olhar para baixo, pensaram que ele era um inimigo
extraordinariamente poderoso. O que não perceberam foi que aquilo que era a
origem da sua força aparente era também a origem da sua maior fraqueza. Aqui há aqui a terceira e importante lição de Coaching para nós todos. Os gigantes
não são tão fortes e poderosos como parecem. E, por vezes, o pequeno pastor tem
apenas uma funda no bolso.
Carlos Alfredo Coach
Excelente reflexão da vitória de Davi sobre Golias.
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